O acúmulo de gordura no fígado, também chamado de esteatose hepática, pode acontecer devido a diversas situações, no entanto está mais relacionado à hábitos de vida pouco saudáveis. Sem sintomas claros, esse problema já atinge 30% da população brasileira.
É importante que a esteatose hepática seja identificada e tratada rapidamente para evitar o surgimento de complicações, como a cirrose, por exemplo.
É importante salientar às principais causas que podem levar a pessoa a ter gordura no fígado, já que esta doença não costuma apresentar sintomas. As principais causas de gordura no fígado são:
1. Obesidade, Diabetes e Resistência à insulina
A obesidade, a diabetes do tipo 2 e a resistência à insulina são as causas mais frequentes do acúmulo de gordura no fígado. Nestes casos, há um desequilíbrio entre a produção e a utilização de triglicerídeos pelo corpo, o que faz com que aumente a gordura armazenada no fígado.
2. Colesterol ou triglicerídeos elevados
O colesterol alto é outra das principais causas para o fígado gorduroso, especialmente quando ocorre aumento do nível de triglicerídeos e diminuição do HDL, o colesterol bom.
3. Alimentação rica em gordura e açúcar
Contudo, o acúmulo de gordura no fígado também está relacionado ao estilo de vida. A combinação da ingestão de alimentos ricos em açúcares, gorduras e pobre em fibras junto com o sedentarismo resulta no aumento de peso, agravando a esteatose hepática.
4. Consumo excessivo de álcool
Fígado gordo também pode surgir quando existe consumo exagerado de álcool, sendo que esse excesso é considerado quando a quantidade diária de álcool é superior a 20 g para as mulheres e mais de 30 g para os homens, o que equivale a 2 ou 3 doses, respectivamente.
5. Hepatite B ou C
Pessoas que tenham hepatite B ou hepatite C crônica têm mais chances de terem gordura no fígado e outras doenças relacionadas porque a presença de lesões provocadas pela hepatite nas células do fígado dificultam o trabalho do órgão, facilitando o acúmulo de gordura.
6. Uso de medicamentos
O uso de medicamentos como amiodarona, corticoides, estrógenos ou tamoxifeno por exemplo, contribuem para o acúmulo de gordura no fígado. Isso porque o uso dessas medicações pode causar lesões ao fígado e, como consequência, a esteatose hepática.
7. Doença de Wilson
Esta doença é rara e se manifesta na infância, é caracterizada pela incapacidade do corpo em metabolizar o cobre em excesso do organismo, resultando em um quadro de intoxicação. Este cobre em excesso normalmente é armazenado no fígado, que vai causar lesões na célula e facilitar o acúmulo de gordura no órgão.
8. Desnutrição
A desnutrição provoca uma diminuição das lipoproteínas no organismo, que são as moléculas responsáveis pela retirada de gordura. A falta dessas lipoproteínas impossibilita a saída dos triglicerídeos do fígado, que acabam por se acumular no órgão causando o fígado gorduroso.
Para que serve o fígado?
- Produção da bile, substância que ajuda na digestão dos alimentos gordurosos.
- Fabricação das partículas que transportam colesterol (LDL, HDL…).
- Armazenamento e liberação de glicose, a nossa grande fonte de energia.
- Limpeza do organismo por meio da eliminação de resíduos tóxicos.
- Processamento e aproveitamento de medicamentos e hormônios.
- Destruição das células vermelhas do sangue que estão com algum defeito.
- Depósito das vitaminas A, B12, D e E e de minerais como ferro e cobre.
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Como é feito o diagnóstico
Como o problema não dá sintomas, o jeito é apelar aos exames de rotina para flagrá-lo:
Sangue: As enzimas ALT e AST (também conhecidas como TGO e TGP) estão elevadas? Sinal de que algo não está bem no fígado.
Ultrassom: Permite avaliar o estado da glândula e ver se há muita gordura por ali.
Biópsia: Necessária para determinar a gravidade e a extensão do quadro.
Como diminuir a gordura no fígado
- Dieta e exercício fazem a pessoa perder peso. Isso derruba as taxas de glicose e alivia a resistência à insulina.
- Com isso, os triglicérides são liberados aos poucos pela glândula na forma de VLDL, que serve de energia para várias partes do organismo.
- O emagrecimento, contudo, precisa ser gradual. Assim, as reservas de gordura localizadas no abdômen são descartadas sob medida.
- Uma perda de peso veloz faz muita gordura do tecido adiposo ser despejada e se encaminhar em bloco para o fígado, o que desencadeia uma inflamação.